O clamor nas
redes sociais por um doador de medula óssea para salvar a vida da bauruense
Juliana Tucunduva, 32 anos, provocou uma corrida aos hemocentros do país. Diagnosticada
com uma doença grave e rara que provoca a falência da medula óssea, órgão
responsável pela produção do sangue, Juliana acabou movimentando uma legião de
voluntários, aumentando, assim, as chances de outros doentes que precisam de um
transplante de medula encontrarem um doador compatível.
O doador de
Juliana foi encontrado em banco internacional. O transplante está pré-agendado
para agosto, mas a realização do procedimento na data prevista vai depender das
condições de saúde da paciente. A bauruense está internada no Amaral Carvalho,
em Jaú, referência nacional em transplante de medula óssea.
No
Hemonúcleo Regional de Jahu, unidade do Hospital
Amaral Carvalho (HAC),
onde são registrados em média 400 doadores de medula por mês, o número de
cadastros também teve um incremento a partir do momento em que Juliana lançou o
movimento na internet.
Juliana não
esperava que fosse alcançar tanta repercussão. "Por meio da página 'Doe
Amor Doe Medula', criada pelo meu irmão, tivemos a dimensão da quantidade de
pessoas que se mobilizaram para doar medula. Fiquei muito feliz por toda essa
solidariedade, mais ainda porque outras pessoas que estão na mesma situação que
eu terão mais chances de encontrar um doador compatível”, disse emocionada.
O seu desejo
é que essas ações se perpetuem. “Eu agradeço muito a todos aqueles que se
sensibilizaram com o meu caso e se cadastraram como doadores de medula óssea,
mas gostaria de pedir às pessoas que ainda não o fizeram que se cadastrem, como
doadores de sangue também. Só mesmo quem passa por isso que estou passando sabe
como difícil. Estou há dois meses sem ver meu filhinho de 1 ano, e essa é a dor
maior. Doem medula óssea, doem sangue e ajudem outras pessoas também”, implorou
com lágrimas nos olhos. A mãe de Juliana, Silvana de Grava
Chermont, está confiante na cura da filha. “Temos recebido infinitas mensagens
de conforto e orações. É o que nos fortalece. Além disso, o Amaral Carvalho é
um hospital que inspira confiança, segurança. O tratamento que estamos tendo
aqui é de primeiro mundo. O hospital é especializado e os profissionais, muito
bem preparados. Todos, sem exceção”, afirmou.
Depois que sair do hospital, Juliana pretende retomar o projeto de
um blog, que começou quando descobriu a doença. “Nesse blog eu conto minha
história, minhas experiências, dores e esperanças. Passei a ter outros valores
e a perceber o quanto Deus é presente minha vida. E é isso o que eu quero
compartilhar com as pessoas”, disse.
Para doar
Para ser um
doador de medula óssea é fácil. Qualquer pessoa com boa saúde entre 18 e 55
anos pode doar. Basta ir até um hemonúcleo mais próximo, preencher um
formulário com dados pessoais e colher uma amostra de sangue para testes, que
determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade
entre o doador e o paciente.
Os dados
pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado
que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um
transplante. Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então
chamado para exames complementares e para realizar a doação. As formas de
doação de células da medula são: por retirada do interior de ossos da bacia,
por meio de punções, ou por técnicas de mobilização com coleta por punção venosa.
A doação de
medula óssea pode ser aparentada ou não aparentada. No primeiro caso, o doador
é uma pessoa da própria família, em geral um irmão ou um dos pais. Há cerca de
25% de chances de encontrar um doador compatível na família. Já na doação não aparentada,
as chances do paciente encontrar um doador compatível são de 1 em cada 100 mil
pessoas, em média.
Autor: Juliana Parra
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