Funcionário
público e pastor evangélico, Omar Cláudio Samra recebeu o diagnóstico de câncer
quando sua vida profissional estava indo de vento em popa e seus desejos,
prestes a se realizar. “Quando descobri a doença, estava terminando de
construir minha casa, concluindo minha segunda faculdade e arrumando malas para
viajar de férias com minha família. Iríamos conhecer a praia, mas foi tudo por
água abaixo”, lamenta o sul-mato-grossense de 44 anos.
Samra vive
em Campo Grande com a esposa e dois filhos adolescentes, mas está em Jaú, desde
o dia 11 de fevereiro passado, para o tratamento do câncer no Hospital Amaral
Carvalho, referência no Brasil em Transplante de Medula Óssea (TMO). Ele
aguarda a realização de um transplante autólogo, ou seja, de sua própria
medula. “Devo ficar aqui até junho, pelo menos, devido ao tratamento. Minha
esposa e meus filhos ficaram em Campo Grande porque ela trabalha e eles
estudam. Tive de vir sozinho. Foram 14 horas de viagem até aqui. Quando cheguei,
fiquei hospedado em uma pousada porque não conhecia nada. Na verdade, nunca
tinha ouvido falar em Jaú. Isso gerou uma angústia muito grande”, conta.
No primeiro
contato com o Amaral
Carvalho, Samra se surpreendeu com o acolhimento. “A assistente
social que me atendeu falou sobre as casas de apoio, mantidas pelo hospital,
onde pacientes que vêm de outros estados para tratamento pelo Sistema Único de
Saúde podem se hospedar gratuitamente, com direito a várias refeições diárias.
Imediatamente me dirigi a uma delas e fui muito bem recebido. Foi um alívio,
pois havia investido minhas economias nas obras da minha casa. Não sabia como
me manteria aqui”, declara o pastor.
Filho de pai
judeu que vive em Israel, Samra trabalha desde os seis anos de idade para
ajudar no sustento da família. “Trabalhei na roça quando criança. Eu e meus
irmãos aprendemos desde cedo o valor do trabalho. Fomos criados pela minha mãe,
pois meu pai foi extraditado quando ainda éramos muito pequenos. Ela foi uma
guerreira! Não deixou que nada nos faltasse e ainda nos incentivou a estudar.
Hoje, todos temos formação acadêmica”, afirma.
Samra é formado em administração de empresas, tem três cursos de
pós-graduação em segurança pública e está terminando a faculdade de teologia.
Funcionário público concursado da Prefeitura de Campo Grande, é pastor há seis
anos de uma igreja evangélica. “A minha religiosidade, a minha fé, o amor da
minha família e o acolhimento das pessoas aqui em Jaú é que me fazem seguir
adiante. Como pastor evangélico, fiz muitas visitas a pacientes terminais de
câncer em Campo Grande e vi de perto o sofrimento das pessoas e seus
familiares. Quando descobri o câncer, pensei: Senhor, que tristeza saber como é
a doença e morrer dela. No início me entristeci muito, mas depois vieram a
força e a esperança na vida. Sei que ainda tenho uma missão a cumprir por aqui.
Minha família se voltou toda para mim. Recebo muito amor dos meus filhos,
esposa, mãe, irmãos e amigos e, mesmo que viesse a morrer, esses últimos
momentos teriam valido muito à pena”, diz emocionado.
Mieloma múltiplo
A doença foi
descoberta em fevereiro de 2015, quando Samra começou a sentir fortes dores no
braço direito. “Procurei um ortopedista porque achei que fosse uma tendinite.
Fiz alguns exames, mas não detectaram nada. Um dia, estava na igreja e, ao
pegar um galão de 20 litros de água para colocar no bebedouro, quebrei o braço.
Fui para um hospital e me encaminharam a um oncologista, pois suspeitaram de
câncer. Fiz muitos exames, mas o médico descartou essa hipótese e me encaminhou
a outro ortopedista. Por sorte, este, que tinha especialização em oncologia
também, descobriu um mieloma múltiplo, tipo de câncer que compromete a medula
óssea, causando destruição dos ossos e provocando fraturas”, lembra.
O sul-mato-grossense
foi submetido a uma cirurgia para implantação de uma prótese no ombro e iniciou
o tratamento do câncer com sessões de quimioterapia. Diante da gravidade do
problema, a equipe médica de Campo Grande o encaminhou para um transplante de
medula óssea no hospital que é referência no Brasil nesse tipo de procedimento:
o Amaral Carvalho, em Jaú, interior de São Paulo.
“Fui
acolhido de uma maneira especial em Jaú. O Amaral é um hospital que eu confio.
Os enfermeiros, médicos, assistentes sociais, enfim, toda a equipe é
maravilhosa. E minha vivência na casa de apoio está me ensinando muitas coisas:
aqui convivo com pessoas de diferentes culturas. É um aprendizado diário. E
quando percebo que alguém precisa de uma palavra de conforto, faço minha parte
também. Isso sem falar das meninas que coordenam a casa. Elas são muito
simpáticas, chegam sempre de bom humor e conversam muito com todos. Isso, para
nós, que estamos fragilizados com a doença, é muito importante. Já pensou se
chegássemos aqui, numa cidade distante e desconhecida para nós, e fôssemos
recebidos de uma maneira fria e indiferente? O resultado do tratamento não
seria o mesmo, com certeza”, avalia o paciente.
Samra é um
entre milhares de pacientes que vêm de Mato Grosso do Sul para tratamento de
câncer em Jaú. Em 2015, quase 8 mil procedimentos oncológicos foram realizados
a pacientes sul-mato-grossenses.
Enquanto permanecer em Jaú para se recuperar do transplante de
medula óssea, o pastor vai aproveitar para reorganizar sua vida, agora de uma
maneira mais tranquila. “Sou uma pessoa muito agitada e ativa. Depois que
descobri o câncer minha vida parou. Então, agora, vou aprender a desacelerar.
Fico aqui observando com cuidado tudo o que passava despercebido para mim.
Aproveito meu tempo também para frequentar cultos evangélicos aqui em Jaú e
estar sempre perto do Senhor. O mais difícil é ficar longe da minha família,
mas ainda bem que podemos contar com a tecnologia. Todos os dias falo com minha
esposa e meus filhos pelo WhatsApp para matar um pouco a saudade”.
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