Logo no
primeiro contato com Délcio e Daniel já dá para perceber que são do Rio de
Janeiro, não apenas pelo sotaque arrastado, mas pela espontaneidade, simpatia,
descontração e irreverência. Eles estão na Casa Ronald McDonald,
em Jaú, que hospeda gratuitamente crianças e adolescentes em tratamento de
câncer no Hospital
Amaral Carvalho (HAC),
referência em Transplante de Medula Óssea (TMO) no Brasil.
Délcio, 20,
se recupera de um transplante de medula, cujo doador foi seu irmão, Daniel, 18.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea e
coordenador do serviço de TMO do Hospital Amaral Carvalho, Vergílio Antonio
Rensi Colturado, Délcio já recebeu alta da enfermaria e segue com tratamento
ambulatorial. “O paciente, neste momento, tem boa recuperação e está com a
doença controlada”, avalia.
No dia em que os irmãos concederam a entrevista ao HAC, o
transplante ainda não havia ocorrido. Na ocasião, o ator Marcello Airoldi, da
novela “Malhação”, da Rede Globo, e do recém-lançado filme “Amor em Sampa”,
visitava o hospital voluntariamente para gravar um vídeo,
incentivando a doação de medula óssea. Mesmo sem estar no script, os irmãos
Délcio e Daniel acabaram participando da gravação.“Foi muito bacana. A gente
nunca podia imaginar que receberia a visita de um ator aqui no hospital e que
participaria de um vídeo com ele. É muito privilégio”, disse Délcio.
Esperança
A doença já
havia aterrorizado a família num passado não tão distante. “Meu pai também teve
câncer, mas não chegou a esse ponto”, compara, Daniel, ao estadiamento a que
chegou a enfermidade do irmão.
Para ele, o
ato de doar a medula para Délcio é algo inexplicável. “Ele está lutando contra
o câncer faz tempo, e doar minha medula é como dar outra chance de vida ao meu
irmão. É um sentimento muito forte”, avalia Daniel, com a voz embargada e
lágrimas nos olhos. “Tenho certeza que agora dá certo”, aposta.
Délcio
também tem esperança de cura. “Já fiz muitas sessões de quimioterapia, fiquei
bom, tive recaídas, mas agora estou sendo tratado no hospital que é referência
em transplante de medula no Brasil e acredito que o câncer não terá chance de
voltar”, diz confiante.
Ele deve
permanecer em Jaú por pelo menos mais três meses para acompanhar o tratamento e
só depois volta ao Rio. Mesmo nessas condições, Délcio ainda faz piadas e
mostra que, com bom humor, é bem mais fácil superar os problemas. “Enquanto eu
ficar em Jaú vou ver muita novela para passar o tempo. Agora, o Mengão, só no
coração! Aqui está difícil ver jogo do Flamengo pela tevê. Só dá campeonato
paulista”, satiriza. Os irmãos vivem com a família em Duque de
Caxias, onde mantêm uma loja de produtos de limpeza. Com a doença de Délcio, os
pais, Délcio e Rose, fecharam o comércio e vieram para Jaú para ficar perto dos
filhos enquanto estavam internados para o procedimento. “Eles optaram por se
hospedar em uma pousada perto do Amaral Carvalho e nossos amigos de Duque de
Caxias até abriram uma conta bancária para ajudá-los com as despesas fora do
hospital. A ideia partiu deles mesmos. Foi um lindo gesto de solidariedade.
Minha mãe até chorou, conta Daniel.
Após a alta, os pais voltaram a Duque de Caxias e os irmãos Délcio
e Daniel foram para a Casa Ronald McDonald, uma organização coordenada pelo
Instituto Ronald McDonald e administrada pela Associação Casa de Apoio Infantil
Maria Augusta do Amaral Cesarino, que acolhe crianças e jovens em tratamento de
câncer no HAC, sem nenhum custo aos pacientes e seus acompanhantes. “Depois do
transplante meus pais ficaram mais tranquilos e voltaram ao Rio de Janeiro para
retomar a vida e reabrir a loja. Já foram até buscar o cachorro e o passarinho
que ficaram com minha avó”, diz Daniel, animado.
Pacientes
do RJ
O Hospital Amaral Carvalho
de Jaú recebe pacientes vindos de todos os estados brasileiros para transplante
de medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o centro que mais faz esse
tipo de procedimento no Brasil. Em agosto, o serviço completa 20 anos de
atividades, com mais de 2.500 procedimentos realizados.
Em 2015, o número de
atendimentos a pacientes vindos do Rio de Janeiro chegou a triplicar em relação
ao ano anterior. Para eles, o hospital realizou aproximadamente 700
procedimentos oncológicos, incluindo transplantes de medula óssea.
Imprensa:
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