Ao enterrar a filha Vitória com apenas três dias de vida, a
baiana Adriana de Jesus Santos, 23, chegou a pensar que nenhum outro mal
poderia desestruturá-la novamente da mesma maneira. O que ela não esperava é
que o nascimento prematuro da criança, aos cinco meses de gestação, revelaria
uma doença muito séria caracterizada pela deficiência da medula óssea e que, em
alguns casos, somente o transplante pode salvar o paciente. Adriana estava com
aplasia grave e, segundo médicos, condenada à morte.
Abandonada pelo pai do bebê, a jovem tinha tudo para desistir
de lutar. Ela iniciou o tratamento em Salvador, a 500 quilômetros de Vitória da
Conquista, onde vive com os pais e os irmãos, mas diante da gravidade da doença
foi encaminhada ao Hospital Amaral Carvalho (HAC), no
interior de São Paulo, referência no Brasil em transplante de medula óssea.
O início do tratamento na capital baiana foi realmente
desanimador. Ela viajava a cada 15 dias para fazer exames e receber
medicamentos. “Eram mais de oito horas até Salvador. Teve mês que precisei
viajar toda semana. Me sentia tão fraca que nem conseguia descer do ônibus”,
lembra.
Adriana não pôde contar com o apoio de toda a família. A mãe,
de origem muito simples, mal compreende a doença da filha. “Para mainha, eu
fiquei doente porque tomei banho frio e saí ao relento. É o que ela pensa”.
Com muitas limitações, o pai, vítima de
AVC (Acidente Vascular Cerebral), e o irmão, que possui deficiência cerebral,
também não puderam oferecer suporte a ela.
Doadora
Já a irmã mais nova, Fabiana, está
sempre ao seu lado, inclusive será a doadora da medula óssea no transplante.
“Todo mundo diz que sou uma guerreira, mas guerreira mesmo é minha irmã. Aos 10
anos de idade teve o corpo quase todo queimado em uma fogueira. Ela vive
constantemente em tratamento. Aliás, no dia em que nossa viagem para Jaú foi
marcada, Fabiana faria outra cirurgia reparadora. Ela desmarcou tudo para vir
comigo”, fala com gratidão.
Adriana e Fabiana têm a sorte de contar com o auxílio da
prima Fernanda. “Foi ela quem cuidou da Fabiana quando aconteceu o acidente na
fogueira e é ela quem me acompanha no tratamento da aplasia. Se não fosse
Fernanda, nenhuma de nós estaria viva”, afirma Adriana.
As irmãs e as primas Fernanda e Gerusa vieram a Jaú no final
de março para o transplante, mas o procedimento não pôde ser realizado. É que
Adriana descobriu que também é portadora de PHN, uma anemia rara causada por um
defeito na membrana das hemácias e que pode levar à trombose. "Ela vai
precisar fazer primeiro o tratamento da PHN para, futuramente, tentar o
transplante. Essas meninas têm uma grande história de luta. Tudo o que puder
fazer para ajudá-las eu farei”, declarou Fernanda.
Enquanto estiveram em Jaú, Adriana,
Fabiana, Fernanda e Gerusa ficaram hospedadas em uma das casas de apoio
mantidas pelo Amaral Carvalho. “Não tivemos despesa nenhuma aqui. Tudo foi
custeado pela instituição. Nós, que estamos acostumadas com as condições precárias
da saúde no nordeste, ficamos maravilhadas com o tratamento que recebemos aqui.
Nunca imaginamos que o Amaral Carvalho fosse essa potência”, declarou Fernanda.
Outros baianos
Assim como Adriana, o baiano Renato
Figueiredo de Jesus, 33, também está em tratamento no Hospital Amaral Carvalho.
Ele foi submetido a um transplante de medula devido a uma leucemia, descoberta
em fevereiro de 2015.
Renato e a esposa, Maria, 31, chegaram a
Jaú em 14 de dezembro do ano passado e desde então estão hospedados na mesma
casa de apoio que a paciente Adriana e suas acompanhantes. Todas as despesas do
casal também estão sendo custeadas pelo Amaral Carvalho. “Não tivemos gastos
com nada, nem com remédios. Tudo foi garantido pelo Amaral Carvalho”, diz
Maria.
Até ser encaminhado ao HAC, que é centro
de referência no tratamento do câncer, Renato migrou de hospital em hospital em
Salvador. “Primeiro fui para o Irmã Dulce, onde permaneci internado por três
meses recebendo só medicação para dor. Somente depois fui transferido para o
Hospital das Clínicas, onde foram iniciadas as sessões de quimioterapia. Passei
praticamente o ano de 2015 todo internado. Fiquei acabado! E, quando estava
melhorando de uma sessão de quimio, vinha, então, outra”, lamenta.
Para Renato, que se recupera do
transplante realizado em 8 de janeiro, a doença não lhe trouxe apenas
sofrimento: “Eu e Maria temos fé em Deus que vou ficar bom logo. E vamos
guardar conosco todas as lembranças boas das pessoas que nos acolheram de forma
tão especial aqui em Jaú”, diz emocionado.
Além da doença, o casal vive o drama de
estar há quase 100 dias longe da filha Kamilly, de dois anos, que permaneceu na
Bahia sob os cuidados da avó paterna.
Eles agora cultivam a esperança de
encontrar a pequena Kamilly nos próximos dias. “Não aguentamos mais de saudade.
Quando chegarmos a Salvador, queremos ficar grudados nela o dia inteiro. Já
estamos avisando os familiares e amigos que visitas, só depois”, brinca Renato.
Adriana e Renato são apenas dois dos
muitos pacientes da Bahia atendidos no Hospital Amaral Carvalho, em Jaú. Em
2015, o HAC fez aproximadamente 900 atendimentos a pacientes vindos daquele
Estado e realizou 15.900 procedimentos oncológicos, quase 40% a mais do que no
ano anterior, quando foram registrados pouco mais de 10.500 procedimentos.
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