Diagnosticado com LLA (Leucemia Linfóide Aguda), tipo de câncer que
afeta as células sanguíneas, o maranhense Silvan Pimentel Nunes, de apenas 34
anos e pai de dois filhos adolescentes, viu o mundo desabar. Se não bastasse
estar desempregado, sem recursos para sustentar a família, Silvan teria de
enfrentar mais esse drama.
Passar pela terrível experiência da descoberta de uma doença grave,
somada a outros problemas de ordem financeira e social, seria motivo suficiente
para desistir de tudo, mas Silvan viu a vida por outro viés.
Ao contar sua história, esse homem simples do interior do Maranhão
mostrou que é possível, sim, conduzir a vida para um desfecho mais feliz, mesmo
em meio a tantos percalços.
“Tudo começou em 2011, quando fui chamado para trabalhar na
construção de uma refinaria, em Recife. Estava sem serviço havia seis meses.
Viajei com muita alegria porque, além de retornar ao mercado de trabalho, eu
voltaria a fazer aquilo que adorava. Quando cheguei lá, porém, o exame
admissional apontou que eu não estava apto para o emprego. Voltei decepcionado
para casa e comecei, então, a investigar o que estava acontecendo”, lembra.
Os primeiros exames foram realizados em Vitória do Mearim, sertão
maranhense, onde Silvan vive com a família. “Os resultados só apresentaram
alterações, mas não revelaram nenhuma doença. Fui orientado, então, a procurar
um oncologista na capital para um exame específico da medula. De lá não saí
mais. Estava com câncer e devido à gravidade do problema fiquei internado em
São Luiz por 12 dias. Foi naquele exato instante que comecei a ter todos os
sintomas da doença, que, até então, não tinham aparecido”.
Mesmo depois da alta hospitalar, Silvan teve de permanecer em São
Luiz para o tratamento. “Minha esposa foi ao meu encontro e, por isso, tivemos
que separar os meninos que ficaram no interior: Silvio, o caçula, ficou com
minha mãe e Silvia, com uma cunhada. Fiquei três meses longe dos meus filhos.
Foi a fase mais difícil da minha vida”, avalia.
Amizade
Silvan só não contava que em meio a tantas tribulações fosse
descobrir uma grande e verdadeira amizade, que lhe trouxe de volta a esperança
de viver. “Estava tão angustiado porque, além de estar distante das crianças,
não tinha recursos para ficar em São Luiz. Foi aí que Raimundo Nonato, o marido
de uma prima minha, nos acolheu. Ele fez tudo por nós. Ficamos hospedados em
sua casa, sem nenhuma despesa. Todas as vezes que eu precisava ir ao médico,
ele saía do serviço para me acompanhar. E quantas madrugadas ele se levantou da
cama para me levar ao hospital… Nonato foi tudo para mim. Por ele, eu seria
capaz de qualquer coisa. Ganhei um irmão”, comemora.
Passados três meses, voltou para casa, onde continuaria o
tratamento, mas logo sofreu uma drástica recaída. Novamente encaminhado à
capital São Luiz para se reestabelecer, recebeu a notícia que sua chance
estaria em um transplante de medula óssea. “Minha médica indicou o Hospital Amaral Carvalho
para o procedimento. Cheguei a Jaú e alguns dias depois fui submetido ao
transplante. Minha irmã caçula, a Aurilene, foi a doadora”, conta o maranhense.
Raimundo Nonato, novamente, entrou em cena na história. Após o transplante, ao saber que Silvan receberia alta e voltaria ao Maranhão, se dispôs a buscá-lo no aeroporto de São Luiz e levá-lo a Vitória do Mearim. “Me lembro dele nos esperando no desembarque, com o sorriso no rosto e os braços abertos. Ele pegou nossas malas, as colocou no carro e fomos conversando até lá. Quando chegamos a minha cidade, o sol ainda nem tinha nascido. Fomos direto para a casa de uma irmã, e foi uma grande alegria”.
Raimundo Nonato, novamente, entrou em cena na história. Após o transplante, ao saber que Silvan receberia alta e voltaria ao Maranhão, se dispôs a buscá-lo no aeroporto de São Luiz e levá-lo a Vitória do Mearim. “Me lembro dele nos esperando no desembarque, com o sorriso no rosto e os braços abertos. Ele pegou nossas malas, as colocou no carro e fomos conversando até lá. Quando chegamos a minha cidade, o sol ainda nem tinha nascido. Fomos direto para a casa de uma irmã, e foi uma grande alegria”.
Ninguém mais sabia que Silvan estava de volta a Vitória do Mearim.
“Minha família nem imaginava que eu havia recebido alta. Minha irmã e Nonato
organizaram um almoço e convidaram minha família para o reencontro. Quando
todos chegaram, eu saí do quarto, causando surpresa geral. Meus filhos correram
ao meu encontro, me abraçaram e choraram de emoção. Meus pais, irmãos e
cunhados não acreditavam que eu estava ali diante deles. Nunca vou esquecer
aquela cena. Foi linda!”
Pós-transplante
Os primeiros
ciclos de quimioterapia pós-transplante foram tranquilos para o paciente, que
começou a retomar a esperança. Mas vieram as sessões de radioterapia que,
segundo ele, o levaram para o fundo do poço. “Fiquei muito debilitado e pensei:
não saio mais dessa”, conta.
Com tantos altos
e baixos durante o tratamento, Silvan tinha muitas dúvidas quanto ao seu
reestabelecimento. Seis meses depois, quando estava bem novamente, voltou a Jaú
para exames de rotina e levou outro grande susto: “A medula rejeitou meu
organismo e tive que ficar mais dois meses internado no Amaral Carvalho. Foi aí
que perdi totalmente a esperança de viver. A minha grande sorte foi contar com
médicos bem preparados, com o apoio de outros profissionais do hospital e da
casa de apoio, como a Maira e a Monaliza, que são pessoas incríveis, e, é
claro, de Raimundo Nonato. De São Luiz, ele me ligava sempre para elevar o meu
astral e se colocava à disposição da minha família. Ele não deixava a peteca
cair”.
Hoje, após três
anos transplantado, Silvan Nunes se mantém estável no tratamento. “Me sinto
ótimo e a cada retorno a Jaú só tenho boas notícias dos médicos. Quando olho
para trás não acredito que consegui superar tudo aquilo. Minha vida mudou
completamente de um dia para outro e apesar de tantos medos e sofrimento
aprendi que o amor e a fé removem montanhas. Descobri com o câncer pessoas
maravilhosas que estavam tão perto de mim e eu não percebia. Meu grande amigo
Raimundo Nonato é uma delas. Ele foi fundamental em nossas vidas”, declara com
emoção.
Silvan é um
entre centenas de pacientes do Maranhão atendidos pelo Sistema Único de Saúde
no Hospital Amaral Carvalho (HAC), em Jaú, referência no tratamento de câncer e
transplante de medula óssea no Brasil. Em 2015, foram realizados cerca de 650
atendimentos e mais de 4.500 procedimentos oncológicos a pacientes oriundos
daquele estado.
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