terça-feira, 20 de setembro de 2011

Serviço de Transplante de Medula Óssea do HAC
completa 15 anos

Referência nacional em transplantes de medula óssea e cerca de 1.600 transplantes realizados. Estes são os resultados do empenho e dedicação da equipe de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Amaral Carvalho (HAC), que em agosto completou 15 anos de atuação.

As atividades do serviço de TMO no hospital, mantido pela Fundação Amaral Carvalho (FAC), se iniciaram sob a inquestionável liderança do hematologista Vergílio Antonio Rensi Colturato e por meio da colaboração da instituição e dos próprios pacientes, contou um dos coordenadores da unidade, o médico Mair Pedro de Souza. "Começou uma maratona de estudos e trabalho em busca de recursos para equipamentos e instalações, sempre com o apoio da FAC e dos doentes. Muitos ajudaram e ajudam até hoje. Sem essa colaboração, em ampla gama de importância e envolvimento, nada teria acontecido", explica o médico, também hematologista.

Após a organização da Oncologia Clínica, Hematologia e Oncologia Pediátrica do HAC, o TMO veio a ser um complemento das atividades de terapia oncológica em todas as suas vertentes. O diferencial do serviço de transplante do Amaral Carvalho com relação aos demais serviços da época era a instalação. Enquanto os transplantes de medula óssea se localizavam em universidades, aqui em Jaú - uma cidade considerada de pequeno porte para esse nível de assistência médica, o serviço estava instalado em uma instituição filantrópica com forte vocação assistencial.

Referência

Mair conta que a meta do serviço de TMO sempre foi resolver os problemas dos pacientes do HAC. "Desde o início, queríamos dar uma oportunidade de tratamento completo para os que precisavam."

E não é que deu certo? Hoje, com resultados relevantes (a médio e curto prazo), observados principalmente nos índices de sobrevida, o serviço está maduro e pode colaborar com o Sistema Nacional de Transplantes, conforme salienta Mair.

O médico explica que em todo o Brasil são notificados anualmente pouco menos que 1.600 transplantes, realizados por cerca de 60 equipes. Dos 1.581 transplantes registrados em 2010 pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), 211 foram realizados em Jaú. "A relevância desses números pode ser entendida quando observamos nos dados que apenas quatro equipes realizaram mais que 100 transplantes no ano", diz.

Atualmente o serviço do HAC é referência nacional e já transplantou pacientes de praticamente todos os estados brasileiros. O empenho e a especialização da equipe multidisciplinar são os segredos para a obtenção de bons resultados, além do apoio institucional e a necessária retaguarda social ofertada pela Fundação Amaral Carvalho.

SAIBA MAIS
Como tudo começou

A história do uso de medula óssea em tratamentos clínicos não é recente: começa em 1891, quando este material foi utilizado pela primeira vez pelo doutor Charles Eduard Brown-Sequard numa preparação oral para tratamento de leucemia. Diversas tentativas depois, passando pela segunda guerra mundial (que estimulou os estudos com a medula óssea aplicando radioproteção em animais irradiados), em 1958 a primeira grande notícia: uma jovem tem sua leucemia controlada por meio de transplante de medula óssea doada por sua irmã gêmea idêntica.

Começa então a era dos transplantes de medula. O maior responsável pelos estudos foi o doutor Donnall Thomas, que em 1990 recebeu o prêmio Nobel de Medicina pelos seus feitos. No Brasil, a equipe de hematologia da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, liderados pelos médicos Ricardo Pasquini e Eurípedes Ferreira, realizou o primeiro transplante da America Latina em 1979, colocando o Brasil entre as poucas nações com equipes capacitadas a realizar os procedimentos naquele momento, e por muitos anos depois.

Com o aprimoramento tecnológico e maior entendimento dos fenômenos envolvidos, a técnica passou a ser disponibilizada em outros centros brasileiros, todos vinculados a alguma universidade do sul e sudeste. "Nos anos 80 e no início dos anos 90, podíamos ver nas ruas brasileiros em campanha para obtenção de recursos que pudessem viabilizar transplantes no país e no exterior. Pacientes do Hospital Amaral Carvalho não estavam em condições diferentes: quando da necessidade de transplantes, iniciava-se uma verdadeira batalha em busca de um ce ntro que pudesse receber nossos doentes. Poucos centros, poucos leitos e poucos transplantes realizados, apenas em alguns estados brasileiros. Foi nesse cenário que começou a se estruturar o serviço de TMO do Amaral", lembra Mair.

O hematologista Mair Pedro de Souza: "Desde o início, queríamos dar uma oportunidade de tratamento completo para os que precisavam."

 Ariane Urbanetto
Departamento de Comunicação - Fundação Dr. Amaral Carvalho
Rua Doutor Miranda Junior, 26 - Jaú (SP). CEP 17210-000
(14) 3626-3419

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