terça-feira, 25 de outubro de 2016

Apesar do câncer, baiana vê cor e beleza na vida




Pelo menos uma vez por mês, o tecelão Benedito de Oliveira, voluntário do Hospital Amaral Carvalho (HAC), vem de Boituva a Jaú trazendo uma mala cheia de perucas para doar a pacientes que perderam os cabelos em decorrência da quimioterapia. Ele mesmo é quem confecciona os acessórios com fios naturais, doados à entidade Anna Marcelina de Carvalho, vinculada ao hospital do câncer, por meio de campanhas.

As perucas de Seu Benedito fazem a alegria das pacientes. “Gosto de olhar no espelho e me ver de cabelos pretos”, disse a comerciária baiana Patrícia Reis, 45 anos, enquanto experimentava vários modelos que haviam acabado de chegar.

Patrícia provou pelo menos 10 perucas, e a cada prova, um sorriso largo, quando não uma gargalhada… de euforia e esperança.

“Eu não tive preconceito de assumir a calvície, embora as pessoas na rua ficam olhando como se a gente fosse se outro planeta, mas confesso que sempre gostei dos meus cabelos. Eu amo estar arrumada, de batom, brincos, roupas e sapatos novos. E não seria o câncer que me tiraria esse prazer”, afirma a baiana, mãe de Amanda, 22 anos.

Seu Benedito sabe da importância de elevar a autoestima das pacientes durante o tratamento. “Para muitas mulheres, o cabelo é tudo. Quando elas colocam uma peruca, se sentem mais bonitas e seguras, e isso as ajuda a enfrentar a doença”, avalia.

Patrícia concorda. “Quando visto uma peruca, me sinto com o astral lá em cima. Essa sensação me ajuda a mudar o foco, a esquecer um pouco o sofrimento que o câncer provoca”.

A baiana foi diagnosticada com leucemia há um ano e encaminhada para tratamento no Amaral Carvalho. Há três meses foi submetida a um transplante de medula óssea, o último recurso para a cura da doença. “Eu não tenho medo do câncer. Estou sofrendo as sequelas do tratamento, mas sei que posso suportar. Como? Vivendo um dia após o outro com esperança, com sorrisos e procurando ver beleza em todas as coisas. É aí que a vaidade me ajuda. Hoje estou de peruca preta. Me sinto bonita assim. Amanhã, não sei, talvez escolha uma ruiva. O importante é estar sempre bonita para a vida”, completa Patrícia.

A paciente Patrícia prova perucas confeccionadas pelo tecelão Benedito: "prefiro cabelos pretos"

Autor: Juliana Parra
Imprensa: Departamento de Comunicação e Marketing do HAC
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