sexta-feira, 6 de maio de 2016

Transplante de medula devolve esperança a paciente maranhense do HAC




Diagnosticado com LLA (Leucemia Linfóide Aguda), tipo de câncer que afeta as células sanguíneas, o maranhense Silvan Pimentel Nunes, de apenas 34 anos e pai de dois filhos adolescentes, viu o mundo desabar. Se não bastasse estar desempregado, sem recursos para sustentar a família, Silvan teria de enfrentar mais esse drama.

Passar pela terrível experiência da descoberta de uma doença grave, somada a outros problemas de ordem financeira e social, seria motivo suficiente para desistir de tudo, mas Silvan viu a vida por outro viés.

Ao contar sua história, esse homem simples do interior do Maranhão mostrou que é possível, sim, conduzir a vida para um desfecho mais feliz, mesmo em meio a tantos percalços.

“Tudo começou em 2011, quando fui chamado para trabalhar na construção de uma refinaria, em Recife. Estava sem serviço havia seis meses. Viajei com muita alegria porque, além de retornar ao mercado de trabalho, eu voltaria a fazer aquilo que adorava. Quando cheguei lá, porém, o exame admissional apontou que eu não estava apto para o emprego. Voltei decepcionado para casa e comecei, então, a investigar o que estava acontecendo”, lembra.

Os primeiros exames foram realizados em Vitória do Mearim, sertão maranhense, onde Silvan vive com a família. “Os resultados só apresentaram alterações, mas não revelaram nenhuma doença. Fui orientado, então, a procurar um oncologista na capital para um exame específico da medula. De lá não saí mais. Estava com câncer e devido à gravidade do problema fiquei internado em São Luiz por 12 dias. Foi naquele exato instante que comecei a ter todos os sintomas da doença, que, até então, não tinham aparecido”.

Mesmo depois da alta hospitalar, Silvan teve de permanecer em São Luiz para o tratamento. “Minha esposa foi ao meu encontro e, por isso, tivemos que separar os meninos que ficaram no interior: Silvio, o caçula, ficou com minha mãe e Silvia, com uma cunhada. Fiquei três meses longe dos meus filhos. Foi a fase mais difícil da minha vida”, avalia.

Amizade

Silvan só não contava que em meio a tantas tribulações fosse descobrir uma grande e verdadeira amizade, que lhe trouxe de volta a esperança de viver. “Estava tão angustiado porque, além de estar distante das crianças, não tinha recursos para ficar em São Luiz. Foi aí que Raimundo Nonato, o marido de uma prima minha, nos acolheu. Ele fez tudo por nós. Ficamos hospedados em sua casa, sem nenhuma despesa. Todas as vezes que eu precisava ir ao médico, ele saía do serviço para me acompanhar. E quantas madrugadas ele se levantou da cama para me levar ao hospital… Nonato foi tudo para mim. Por ele, eu seria capaz de qualquer coisa. Ganhei um irmão”, comemora.

Passados três meses, voltou para casa, onde continuaria o tratamento, mas logo sofreu uma drástica recaída. Novamente encaminhado à capital São Luiz para se reestabelecer, recebeu a notícia que sua chance estaria em um transplante de medula óssea. “Minha médica indicou o Hospital Amaral Carvalho para o procedimento. Cheguei a Jaú e alguns dias depois fui submetido ao transplante. Minha irmã caçula, a Aurilene, foi a doadora”, conta o maranhense.
Raimundo Nonato, novamente, entrou em cena na história. Após o transplante, ao saber que Silvan receberia alta e voltaria ao Maranhão, se dispôs a buscá-lo no aeroporto de São Luiz e levá-lo a Vitória do Mearim. “Me lembro dele nos esperando no desembarque, com o sorriso no rosto e os braços abertos. Ele pegou nossas malas, as colocou no carro e fomos conversando até lá. Quando chegamos a minha cidade, o sol ainda nem tinha nascido. Fomos direto para a casa de uma irmã, e foi uma grande alegria”.

Ninguém mais sabia que Silvan estava de volta a Vitória do Mearim. “Minha família nem imaginava que eu havia recebido alta. Minha irmã e Nonato organizaram um almoço e convidaram minha família para o reencontro. Quando todos chegaram, eu saí do quarto, causando surpresa geral. Meus filhos correram ao meu encontro, me abraçaram e choraram de emoção. Meus pais, irmãos e cunhados não acreditavam que eu estava ali diante deles. Nunca vou esquecer aquela cena. Foi linda!”

Pós-transplante  

Os primeiros ciclos de quimioterapia pós-transplante foram tranquilos para o paciente, que começou a retomar a esperança. Mas vieram as sessões de radioterapia que, segundo ele, o levaram para o fundo do poço. “Fiquei muito debilitado e pensei: não saio mais dessa”, conta.

Com tantos altos e baixos durante o tratamento, Silvan tinha muitas dúvidas quanto ao seu reestabelecimento. Seis meses depois, quando estava bem novamente, voltou a Jaú para exames de rotina e levou outro grande susto: “A medula rejeitou meu organismo e tive que ficar mais dois meses internado no Amaral Carvalho. Foi aí que perdi totalmente a esperança de viver. A minha grande sorte foi contar com médicos bem preparados, com o apoio de outros profissionais do hospital e da casa de apoio, como a Maira e a Monaliza, que são pessoas incríveis, e, é claro, de Raimundo Nonato. De São Luiz, ele me ligava sempre para elevar o meu astral e se colocava à disposição da minha família. Ele não deixava a peteca cair”.

Hoje, após três anos transplantado, Silvan Nunes se mantém estável no tratamento. “Me sinto ótimo e a cada retorno a Jaú só tenho boas notícias dos médicos. Quando olho para trás não acredito que consegui superar tudo aquilo. Minha vida mudou completamente de um dia para outro e apesar de tantos medos e sofrimento aprendi que o amor e a fé removem montanhas. Descobri com o câncer pessoas maravilhosas que estavam tão perto de mim e eu não percebia. Meu grande amigo Raimundo Nonato é uma delas. Ele foi fundamental em nossas vidas”, declara com emoção.

Silvan é um entre centenas de pacientes do Maranhão atendidos pelo Sistema Único de Saúde no Hospital Amaral Carvalho (HAC), em Jaú, referência no tratamento de câncer e transplante de medula óssea no Brasil. Em 2015, foram realizados cerca de 650 atendimentos e mais de 4.500 procedimentos oncológicos a pacientes oriundos daquele estado.

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