Conheci o
coronel Ricardo Dantas de Vasconcelos, 53 anos, oficial da Reserva da Polícia
Militar de Pernambuco, na antessala do ambulatório de Transplante de Medula
Óssea (TMO) do Hospital
Amaral Carvalho (HAC),
em Jaú. Desde 2008 ele é paciente do hospital, e todos os anos vem para
manutenção do tratamento.
A história do coronel Dantas é, em vários aspectos, semelhante a de
muitos pacientes que buscam a cura do câncer, chamando minha atenção nesse
pernambucano é que a sua vida é permeada de muitas “coincidências”. É incrível
como as coisas com conexão entre si vão acontecendo… o tempo todo. Eu diria até
que ele tem um “santo” muito forte!!
Alerta
Em 2007,
quando descobriu que era portador de leucemia, coronel Dantas era coordenador
de segurança do então governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, morto
tragicamente em 2014.
Sendo
saudável e atlético, nunca se preocupou com doenças. “Minha rotina incluía
exercícios e boa alimentação. Jamais tive qualquer sintoma de leucemia”,
lembra.
Naquela
época, submeteu-se a exames médicos de rotina. Foi quando recebeu alerta de que
algo não ia bem. “Os resultados estavam alterados e fui orientado pelo médico
da PM a procurar um especialista em doenças do sangue”, conta.
Dantas
passou a se sentir cansado e achou que estivesse com alguns quilos acima do
peso ideal, nada mais sério! Ao fazer um mielograma, exame específico da medula
óssea, descobriu que estava com leucemia.
Começou,
então, a procura por um doador de medula óssea. Naquela época, o Redome
(Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), do Ministério da Saúde, tinha
750 mil voluntários cadastrados (hoje são quatro milhões), e as chances de se
encontrar um doador compatível eram mínimas.
Nenhum dos
seus irmãos tinha perfil genético compatível exigido. “Tenho sete irmãos, todos
incompatíveis comigo. Aí o caminho se estreitou e eu a esperança começou a
diminuir”, confessa.
Naqueles
momentos de incerteza o apoio da família foi muito importante. Esther, a
esposa, e os filhos, Taísa e Ricardo Filho, lhe transmitiam esperanças,
destacando o grande amor pelo militar.
No período de espera por um doador, Dantas passou por sessões de
quimioterapia e, por sorte, respondeu bem ao tratamento. A doença regrediu e
logo ele pôde voltar ao trabalho.
Coronel Ricardo Dantas e sua esposa, Esther, no Hospital Amaral Carvalho
Recidiva
Às vésperas
de curso superior de polícia, em 2008, a leucemia voltou com todo o
vigor. “Depois de uma vida inteira dedicada à Polícia Militar, achei,
então, que estava na hora de pendurar a farda e ficar comendo pães de queijo,
que eu tanto adoro”, brincou.
Diante da dificuldade de encontrar um doador compatível, os médicos
optaram por um tipo de transplante que utiliza células da medula óssea do
próprio paciente – é o chamado transplante autólogo. “Era o último recurso que
tínhamos. Teria pelo menos mais uns cinco anos de vida.
Doadores
As condições
clínicas do policial, entretanto, eram adversas para a realização do
transplante autólogo. “Eu estava morrendo e quando percebi me agarrei a Deus,
ajoelhei-me no chão e clamei por misericórdia. No dia seguinte, me telefonaram
dizendo que haviam encontrado 22 doadores compatíveis. Foi a melhor notícia que
poderia ter recebido”, afirma.
O
transplante de medula óssea foi realizado em fevereiro de 2008. “Após o
procedimento, tive mucosite, estomatite, herpes, doença do enxerto, diarreia e
vômito, além de perder 37 quilos. Me mandaram para o isolamento e achei que não
fosse mais voltar e isso passou a ser o meu maior medo”, confessou.
“Minha fé estava se esvaindo, quando dobrei meus joelhos e implorei a Deus que me mandasse um mensageiro para renová-la”, completou.
“Minha fé estava se esvaindo, quando dobrei meus joelhos e implorei a Deus que me mandasse um mensageiro para renová-la”, completou.
Era 27 de
julho, aniversário de sua esposa, Esther, quando, na hora da visita hospitalar,
apareceram dois missionários. “Eles oraram e eu ouvi a voz do Espírito Santo me
dizendo: ‘Estou usando os missionários para falar contigo. Tu me pediste e eu
estou aqui para renovar o compromisso que tenho contigo e dizer que essa doença
foi a sua salvação’. Eu estava sendo curado naquele momento”, lembrou caindo em
lágrimas.
O coronel Dantas atualmente vem a Jaú uma vez ao ano para
acompanhamento de rotina. Seu grande desejo é encontrar-se com seu doador. “A
única informação que me deram é que o doador selecionado entre os 22
compatíveis era um policial militar de Minas Gerais”.
Fotografia
Enquanto o
coronel Dantas me contava os episódios, uma viatura da PM de Jaú, escoltando
uma ambulância que trazia ao hospital Amaral Carvalho um preso com câncer para
uma consulta, parava no estacionamento.
Resolvemos
nos aproximar para fotografar o carro oficial da polícia para ilustrar esta
matéria. Ao chegarmos, nos apresentamos aos policiais, e assim descobrimos mais
uma daquelas coincidências: “Fiz um curso de segurança para o governo do Estado
de São Paulo com um major pernambucano, que tinha muito contato com o estimado
coronel Dantas. Agora, tenho o prazer de conhecê-lo aqui”, disse o oficial da
PM de Jaú, Rafael Fazolin.
Com tantos acasos, coisas do destino, ou obra de Deus, é difícil
explicar tudo o que aconteceu na vida de Dantas, mas uma coisa é
certa: no sangue do coronel encontramos mais uma razão dele se orgulhar
tanto da profissão e ser tão fascinado por pão de queijo!
Coronel Dantas entre oficiais da Polícia Militar de Jaú
Autor: Juliana Parra
Imprensa:
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