Ex-paciente e
colaboradora do Hospital do Câncer de Jaú acumulam vitórias
e alegrias,
no esporte e na vida
Para o escritor alemão Goethe,
“quem supera, vence”. Esse pensamento muito tem a ver com Adriano Meletto (28),
ex-paciente do Hospital Amaral Carvalho
(HAC), e Tábata Bonfante (31),
enfermeira do mesmo hospital. Além do fato de ambos serem esportistas faixa
preta, a superação e paixão pelo esporte são pontos em comum entre os jovens.
Acompanhe duas histórias que marcam o Dia do Esporte, comemorado em 19 de
fevereiro.
Luta pela vida
Aos 12 anos, o bocainense Adriano,
fascinado por artes marciais, foi convidado por seu amigo Mario Rossi, para
participar de uma aula de jiu-jitsu, em Jaú, quando descobriu o prazer pelos
treinos diários e competições. Desde o início, o menino buscava seu melhor
desempenho, ouvindo do professor que a vida é uma luta, que era preciso
determinação e comprometimento.
Com ótimo condicionamento físico e
rigor na atividade, notou um cansaço incomum durante os treinos, e que se
intensificava a cada dia. “Minha alimentação sempre foi regrada, nunca bebi,
nem fumei. Percebi que havia algo errado, e então, apareceram alguns gânglios
aumentados (inchados) no pescoço”, relata.
Ele tinha 16 anos quando recebeu o
diagnóstico, o pior adversário que conhecera: tinha Linfoma Não Hodgkin. Viu
seu sonho por títulos e a prática esportiva serem interrompidos, dando lugar à
rotina de exames e tratamento médico. “O apoio e profissionalismo das médicas
do HAC, dra. Claudia Oliveira e dra. Eda Manzo, foram muito importantes. Tenho
um carinho enorme por elas e pela equipe, que fizeram de tudo por mim. Mas
também lembro do que me motivou a lutar pela minha vida. Meu professor e amigo,
Ronaldo Chaves, dizendo para eu nunca desistir, me treinando para lutar até o
final. No tatame eu conseguia, e nessa luta, não seria diferente”, afirma
Adriano.
Ele superou a fase da doença.
Apesar da vitória, sentia que seu corpo não seria mais o mesmo. “Aos 18 anos,
estava liberado para retomar os treinos, mas decidi não voltar, pois pensava
que não aguentaria a exaustão”.
Foi aí que seu amigo, o mesmo que
o incentivou a praticar jiu-jitsu, entrou em cena novamente. “Um dia o Mario me
pediu um favor, disse que precisava que eu o ajudasse com algumas posições de
luta. Resisti um pouco, mas vesti o kimono e fui ao seu encontro. Naquele dia,
ele me fez treinar, e me deu uma ‘pisa’ no tatame, fazendo despertar minha
capacidade e a paixão pelo jiu-jitsu”, conta o rapaz.
No primeiro campeonato após o
tratamento de câncer, a medalha de ouro deu ânimo a Adriano, que hoje é mestre
em jiu-jitsu e tem uma academia com mais de 30 alunos, em Bocaina. “Um dia sem
treinar já me faz falta, me desespero”, brinca.
Luta por um ideal
A paixão de Tábata pelo esporte
também começou cedo, com o incentivo nas aulas de basquete na escola. Aos 17
anos, os olhos da adolescente brilharam quando acompanhou pela primeira vez uma
aula de judô e viu a professora vestindo kimono e faixa preta. “Pensei, é isso
que quero fazer”, lembra.
Determinada a uma vida de
disciplina esportiva, a oportunidade do primeiro campeonato, em 2001, foi
decisiva. “Me esforcei muito, era época de vestibular, ia prestar para
enfermagem, outra paixão minha, desde pequena. Enquanto meus amigos estudavam,
eu me dividia entre as provas e os treinos. Mas deu tudo certo, passei no
vestibular e ganhei medalha”, ressalta.
Ter foco e comprometimento é
requisito para a prática do judô, de acordo com Tábata. Nos anos dedicados ao
esporte, abriu mão de várias coisas, mas também teve muitas realizações. Hoje,
campeã da Copa São Paulo 2014, a enfermeira da Unidade de Terapia
Semi-Intensiva do Hospital do
Câncer de Jaú traz na bagagem quase 80 medalhas e muitas vivências.
“As pessoas comentavam que, na época da faculdade, enquanto todos deixavam
algumas atividades de lado para se dedicar aos estudos, eu estava justamente
começando a praticar judô. E não me arrependo! Tudo o que aprendi, e aprendo
com o esporte, reflete no meu cotidiano, no trabalho, com os amigos e na
família”, revela.
Tábata salienta o apoio do HAC à sua carreira esportiva.
“Sempre posso conciliar minhas folgas com as datas dos campeonatos. Assim,
consigo manter minha rotina de treinos e competições. Além disso, o judô abriu
muitas portas para reconhecimento e amizades. As pessoas torcem por mim, se
interessam pela minha história e nos aproximamos. Sem contar as brincadeiras
com os pacientes, de que sou faixa preta, por isso devem tomar cuidado. Isso
alegra o ambiente”, comenta.
Preparação
Força e foco são sinônimos de
superação, e por consequência, vitória para Adriano e Tábata, e tantas outras
pessoas que entendem os benefícios da prática de esportes e estilo de vida
saudável.
A disciplina, tanto no dia a dia,
como no esporte, é predominante na vida dos dois jovens. A enfermeira, que foi
vice-campeã paulista e vice na Copa São Paulo de Judô, conta que sonha em
ganhar medalha dos Jogos Abertos, pelo grau de dificuldade; se casar e ter
filhos que também pratiquem atividades físicas, de preferência, judô. E
Adriano, que tem como lema viver cada dia intensamente, já conquistou o título
sul-americano, vários paulistas e de jogos do interior de jiu-jitsu, mas
idealiza e se prepara para sua próxima grande vitória: o Panamericano de 2016,
na Califórnia.
Luta por um ideal: Tábata, faixa preta de judô e enfermeira do Hospital Amaral Carvalho
Luta pela vida: Adriano superou o câncer e hoje se prepara para sua próxima grande vitória, o Panamericano de 2016, na Califórnia
Departamento de Comunicação e Marketing
Hospital Amaral Carvalho
(14) 3602-1216 / 98138-7006
www.amaralcarvalho.org.br
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