Paciente do
Hospital Amaral Carvalho
e doador de
medula óssea se encontram
Pouco mais de
três anos após o transplante de medula óssea de sucesso realizado no Hospital Amaral Carvalho (HAC), em Jaú/SP, Kyuane Mara Rocha
Vasconcelos (7), que mora em Marco, no Ceará, retornou ao interior paulista,
dessa vez, não só para consulta de rotina, mas para conhecer pessoalmente o
doador da medula compatível com a sua, o funcionário público Paulo André
Marques de Mattos, de Santo Augusto/RS.
O encontro
ocorreu no último dia 21, na Casa Ronald McDonald Jahu, onde a garotinha e seu
pai, Raimundo Vasconcelos (26), estavam hospedados. O momento emocionante
estreitou os laços afetivos entre o doador, a paciente e os familiares. “Quando
vi o pai e sua filha felizes, ela saudável, brincando e correndo, me senti
honrado. Não há preço que pague um bem que podemos fazer ao próximo”, comenta
Paulo.
A doença
Quando Kyuane
tinha 1 ano e seis meses, apresentou febres constantes e manchas roxas pelo
corpo. Raimundo, conta que a menina foi encaminhada para um hospital em
cidade próxima a Marco, para diagnóstico. “Identificaram uma leucemia e minha
filha foi transferida para Fortaleza para iniciar o tratamento. E então, era
necessária a realização de um transplante de medula óssea, que foi quando viemos
para o Hospital do Câncer de Jaú”.
Foram feitos
testes para verificar se havia doador compatível na família. Sem êxito, a
pequena aguardava por um doador.
Compatibilidade
Em 2006,
Paulo se cadastrou como doador de medula em uma campanha realizada em
Chiapetta, interior do Rio Grande do Sul. “Fui até Porto Alegre para coleta de
uma amostra de sangue e preenchimento de um formulário com meus dados
pessoais”, relata.
Anos mais
tarde, em 2011, os caminhos do rapaz e de Kyuane se cruzaram: ele foi chamado
pelo hemocentro onde havia se cadastrado, pois sua medula óssea era 100%
compatível com a de uma pessoa que aguardava pelo transplante.
Em novembro
daquele ano, mesmo sem saber para quem se destinava, Paulo efetuou a doação, no
Hospital das Clínicas de Porto Alegre. Ele lembra que no momento, inseguro,
quase hesitou. “Conversei muito com minha esposa, Lurdes, pesquisamos e vi que
não tinha motivos para me preocupar. Um procedimento simples e de tamanha
importância para outra pessoa: concluí que não poderia desistir”.
De acordo com
Paulo, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), para preservar o paciente e o
próprio doador, determina que ambos (e seus familiares) não podem ter contato
antes de completar dois anos do processo de doação e transplante. Passado esse
período, por intermédio do Registro Nacional dos Doadores Voluntários de Medula
Óssea (Redome), os dados das famílias podem ser divulgados, e então, após três
anos, doador e paciente podem se encontrar.
Felicidade
Raimundo
conta que quando souberam que havia um doador compatível com a menina, foi uma
alegria imensa. “Desde o transplante, a vontade de toda a família era conhecer
essa pessoa que tinha ajudado a salvar a vida da nossa Kyuane. Conhecê-lo é uma
emoção inexplicável. Não tenho palavras para agradecer. Graças ao gesto que ele
teve, hoje minha filha não toma medicamentos, vai a escola normalmente e está
muito bem”, diz emocionado.
Paulo também
está feliz da vida. “Esse momento foi um dos mais especiais. Por isso, digo aos
meus amigos que pensam em um dia doar: não pensem, apenas doem. É um gesto de
carinho, de amor”, completa.
Saiba mais
O Transplante
de Medula Óssea (TMO) é a única esperança de cura para muitos portadores de
leucemias e algumas outras doenças do sangue. Qualquer pessoa com boa saúde,
que tenha entre 18 e 55 anos, pode ser um doador de medula óssea.
É necessário
haver compatibilidade entre as medulas do doador e do receptor, e a chance de
encontrar uma medula compatível pode chegar a uma em mil. Para cruzar as informações
genéticas dos doadores e receptores, existem os Bancos de Doadores de Medula
Óssea, onde são cadastradas as pessoas dispostas a doar. Quando um paciente
necessita de transplante, esse cadastro é consultado e, se for encontrado um
doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.
Em poucas
semanas, o pequeno volume de medula óssea doado se multiplica e reconstitui a
medula doente. Para o doador, o transplante será apenas um incômodo passageiro.
Para o paciente, será a esperança de uma nova vida.
O momento
emocionante estreitou os laços afetivos entre o doador, a paciente e os
familiares. Na foto, Raimundo e sua filha, a pequena Kyuane, o doador Paulo e
sua esposa Lurdes
Paulo sobre o
encontro: “Esse momento foi um dos mais especiais. Por isso, digo aos meus
amigos que pensam em um dia doar: não pensem, apenas doem."
Ariane
Urbanetto
Departamento de Comunicação e Marketing
Hospital Amaral Carvalho
(14) 3602-1216 / 98138-7006
www.amaralcarvalho.org.br
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Hospital Amaral Carvalho
(14) 3602-1216 / 98138-7006
www.amaralcarvalho.org.br
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