domingo, 21 de novembro de 2010

Registros Hospitalares de Câncer - RHC

Hospital Amaral Carvalho - Jaú

Os Registros Hospitalares de Câncer – RHC têm relevante papel no sistema de informações sobre o câncer, assumindo importância crescente como fonte de dados sobre a assistência prestada ao paciente com neoplasia maligna.


Trabalhando de modo sistemático, eles coletam informações a respeito da identificação do paciente, identificação e características do(s) tumor(es), informações sobre o(s) tratamento(s) realizado(s), sobre a evolução do tumor e estado geral do paciente ao longo do tempo.

Nos últimos anos, uma consistente base legal tem tornado obrigatória a implantação de RHC nos hospitais e serviços de oncologia, como fator de diferenciação em relação a outras unidades de saúde. A Portaria Nº 3.535, de 02/09/1998, do Ministério da Saúde, que estabelece critérios para cadastramento de centros de alta complexidade em oncologia, estabelece, no seu item 2.3, que eles “devem dispor e manter em funcionamento um Registro Hospitalar de Câncer, conforme normas técnico-operacionais preconizadas pelo Ministério da Saúde”.

Recentemente a portaria 2.439/GM de 8 de dezembro de 2005 instituiu a Política Nacional de Atenção Oncológica: Promoção, Prevenção, Diagnóstico, Tratamento, Reabilitação e Cuidados Paliativos, a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.
Ainda em dezembro de 2005, a portaria 741/SAS definiu as Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia e suas aptidões e qualidades além de outras considerações, estabeleceu em seu artigo 5º que as Unidades e Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia e Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia implantem, em doze meses a partir de sua publicação, o Registro Hospitalar de Câncer, informatizado, se inexistente no hospital e que os arquivos eletrônicos dos dados anuais consolidados deverão, a partir de 2007, ser encaminhados para o Instituto Nacional de Câncer, que deverá publicá-los e divulgá-los de forma organizada e analítica.

Por outro lado, além da utilização de suas informações para pesquisa, os dados de um RHC são utilizados para gerar indicadores de avaliação da eficácia da assistência prestada e produzir informações para o planejamento em saúde e cuidados ao paciente.

Os RHCs são fontes sistemáticas de informações dos casos de neoplasia maligna diagnosticados e tratados nos hospitais nos quais estão instalados e seu principal propósito é atender às necessidades da administração do hospital, ao programa de controle do câncer nele desenvolvido e, sobretudo, ao paciente, individualmente.

Sua principal função é clínica, sendo valioso recurso para acompanhar e avaliar o trabalho realizado nestes hospitais, inclusive os resultados finais alcançados, tendo um importante papel a cumprir, no monitoramento da avaliação dos cuidados prestados aos pacientes com câncer, ajudando os médicos no acompanhamento de seus casos e oferecendo-lhes dados estatísticos sobre o resultado dos tratamentos aplicados.

As informações referentes aos casos de câncer atendidos num determinado hospital, coletadas de forma contínua e sistemática pelo RHC, a partir do prontuário médico e outras fontes de dados, também serão utilizadas pelos Registros de Base Populacional – RCBP.

Os dados coletados por cada registro podem variar de acordo com as necessidades do hospital e com sua capacidade de obtenção das informações, mas a nomenclatura e definições referentes a cada informação devem ser as mesmas de todos os registros, com base em classificações e padrões internacionais, sendo documentadas as particularidades pessoais do paciente com câncer e as características clínicas e patológicas da doença.

O RHC coleta e consolida informações de fontes variadas (prontuários, atestados de óbitos, etc.) a fim de facilitar atividades de seguimento e avaliação de pacientes com câncer e da qualidade da atenção médica. O RHC oferece as seguintes vantagens:

  • 1.   Servir de fonte de informações para o planejamento administrativo da Instituição;
  • 2.   Aumentar a eficiência do seguimento do paciente através de coleta periódica e padronização de dados relacionados à evolução da enfermidade (por exemplo:  seguimento no 1º, 3º e 5º anos após o primeiro diagnóstico do tumor);
  • 3.   Facilita a condução de atividades de auditoria médica, pois informações relacionadas à qualidade da atenção recebida e de seguimento dos pacientes constam de sua base de dados;
  • 4.   Sua base de dados se presta a atividades de pesquisa e de vigilância  epidemiológica;
  • 5.   Aumento de qualidade dos Registros de Câncer de Base Populacional, pois é uma importante fonte de informação para estes;
  • 6.   Subsidiar programas de saúde pública;
  • 7.   Estimular as investigações clínicas sobre câncer;
  • 8.   Permitir a troca de informações e a organização de estudos colaborativos com outros registros hospitalares de câncer, nacional e internacionalmente;
  • 9.   Contribuir na formação de profissionais de nível superior e técnico do hospital;
  • 10.   Estimular a melhoria do prontuário médico.
 
Os casos de câncer atendidos num Hospital são, em geral, classificados nas seguintes categorias:

  • 1 • Sem diagnóstico e sem tratamento
  • 2 • Com diagnóstico e sem tratamento
  • 3 • Com diagnóstico e com tratamento

  Os casos classificados nas categorias 1 e 2 são comumente chamados de analíticos, e todos eles são incluídos em tabulações que tentam avaliar a eficiência da instituição no que diz respeito a cuidados com o paciente com diagnóstico de neoplasia maligna. Os casos classificados na categoria 3,  são considerados não analíticos e são excluídos de quase todas as tabulações, especialmente as do cálculo de sobrevida, mas podem ser incluídos em tabulações que tentem avaliar a magnitude que os casos de câncer representam para o hospital, o número de pacientes beneficiados durante o ano, etc.

A identificação dos casos a serem cadastrados poderá ser feita a partir da verificação de todos os prontuários abertos no hospital pelo Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) ou por sistemas informatizados em funcionamento no hospital .   

Para que as informações estejam disponíveis nos prontuários, existe a necessidade de deixar transcorrer um intervalo de tempo a contar da data da matrícula, para que as informações a respeito do diagnóstico e primeiro tratamento realizado estejam disponíveis.

A avaliação dos prontuários deve ser realizada, com intervalo mínimo de seis meses da data de abertura e preferencialmente antes de completar um ano.

 
 
P.s - Doadora(or)?
Terás a hombridade ou irá eximir-se?

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